terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

de ouro fui feito
e na água do rio me banhei

rainha tu és
teu reinado é de bondade

manhãs de sol
raios de vida

coragem e justiça
a força emposta ao metal

minha alma e meu corpo já não me pertencem
sou d'Oxum

novamente entrelaça meus pensamentos
essa grudenta melancolia
minha garganta mais um vez se fecha
e engasgo
com todo choro contigo
de toda penosa existência
de todo cansaço mental
e apodrecimento do corpo
que definha
enquanto a alma, parece elevar-se
e agonizantemente, se prende
é o velho preto e branco
vida e morte
lá e cá
tão cotidiano em mim.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

por vezes relembrar
estudar o dossiê eu
crime 1995
por vezes rolar
barras
por vezes passar
páginas
por vezes

melancolia

terça-feira, 8 de setembro de 2015

é de mulambê
é de mulambá
sua saia de retalhos
teus cacos largados pelas encruzas
teu ponto riscado
o canivete manchado de vinho seco
as jóias não-preciosas de tanto valor
os homens que amou desamando
os caminhos que trilhou
tem história pra contar.

domingo, 5 de julho de 2015

são tantas as tristezas e mágoas acumuladas
tantas as rachaduras nessa alma velha e ressecada
são histórias que não quero contar
momentos que não ouso lembrar
o mundo parece querer me expulsar
como um corpo estranho nesse organismo vivo e pulsante
sem espaço para sentimentos tão frágeis quanto meus olhos
que facilmente derrubam lágrimas

terça-feira, 16 de junho de 2015

possível utopia

que não hajam olhares pesados
ombros caídos
cabelos tristes
que não hajam gritos estéricos
palavras de desamor
águas sujas

que os corações estejam sempre vivos
as flores sempre belas
os lábios sempre úmidos
que a cabeça mantenha-se erguida
com orgulho de ser
e ligada ao que é maior que todos nós
amor.


terça-feira, 2 de junho de 2015

não me disseram que eu tentaria desistir
que perderia o sentido
e que os caminhos fugiriam o meu controle
não me disseram