esqueci como se dorme
comi um pão mofado
bati uma punheta junto com você

não tem poesia
é só verdade.

Há um elo fluido e constante
que permeia o Eu e o Outro

Há uma verdade que rege a vida
não é unica e não é de ninguém

Há haveres e incertezas
que emocionam o estático
e fazem pulsar o ciclo

Há tanto amor
Há tanta dor
O que impressiona é poder sentir
e seguir

engenharia de si
remontar as engrenagens
lustrar os poros
lubrificar o ser


exalar
inspirar
respirar
fluir

é de se assustar
sentir-se estranho por não estar estranho
a calmaria depois da tempestade
a ressaca do maremoto
o vazio após o apocalipse.

querer viver
querer e querer e querer




encontrar a sujeira do espelho
o desembaraço da harmonia
relutar contra a essência
a loucura contida


morrer
lentamento compulsivamente alucinadamente
todos os dias
varias vezes durante ele

mente que mente
não há certeza, não há tristeza
se tudo se constrói, tudo se desconstrói
quem é que é?
identidade ou realidade?
fecundar ideologias
emanar imagerias
um passo atrás
e quem é que é?
eu não sou.

um soco na boca
desdentada
arrebentada
volto ao pop
falo ao falo
vômito no ralo

uma noite mau dormida
acabam-se principios
retorno ao fim
sem medo da hipocrisia
eu sou uma dinastia