sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

o silêncio poético é prova de que a praga aqui se instaurou
contaminado pela crua visão de vida
sobraram palavras secas
e os pensamentos dão de encontro aos becos
sem saída

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

fato fadado é que de gozo não me nutro
de sentimento não sinto
será mesmo que é vida?
podre e decrépito é o ser
o ego que impede a impetuosa vontade
a escaldante pulsação implorando
por fim
por morte
por nada

terça-feira, 16 de outubro de 2018

sou um demente
Um louco doente sem dente
Peço pão e tabaco
Dou pó e vem paixão
E porque no fim é mórbido
Já avistei tanta seca
Folha molhada e olho enxarcado.
Que agora.Só resta restar...


terça-feira, 4 de setembro de 2018

não tem tijolo a se pisar
teto a se morar
onde possa confiar

não dá um passo
um atravesso de rua
sem sentir a falta de sorte

sem norte
sem destino
o que sobra no ninho
é transmutação

vida inconstante
preso fora da casa
navegando entre o desconhecido planeta em que se faz mais pelo mais do que menos pelo menos.
desequilíbrio social espiritual e moral
indecência gordurosa pingando nas mãos daqueles
que dizem bradar pela justiça


quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Se é verdade que passasse o Rosa pelo cano
O sangue pela veia
A mulher e o útero de areia
Se é então que eu pude ver é saber e crer
De onde vem tal mulheridade?
Como ela mata e como sobrevive
Esquelética vaca magra um dia gorda.
Te amo.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

que eu esteja sóbrio a noite, após me embebedar pelo suco de ódio e sarcasmo daqueles,
que na noite venham as respostas,
que anoiteça, como as manhãs, trazendo o novo e limpo,
que a inquietude poética seja contemplada pela brisa fria,
que o sol que me cega vá e então, me deixe não ver.

27 de junho de 2014