sábado, 15 de junho de 2019

todos dias que se passam, encaro as facas, as pilulas e quero me entregar a inanição
todos esses dias preencho com o desejo por inexistir, encolher-me até o menor de mim até desaparecer.
nesses dias não tem cura ou remedeio, encaro a morte de peito posto e cabeça baixa, sem temê-la, mas sem me entregar.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

"o seu silêncio é o meu som favorito"

Miss me.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

se deixei de caminhar
é porque meus passos já não me levam
se deixei de acompanhar
é porque já não sou mesmo companhia
se me isolei e me exilei
no meu eu de que eu nem sou
é porque nada mais sei
e quero saber

domingo, 10 de março de 2019

não há poética na falta de poesia
exceto pelo que se poetisa
na falta do que poetizar
as horas passam
e eu imploro para que elas passem
cada gota-tempo
é um contratempo aqui dentro

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

quantas solidões já vivi
e hoje mais que nunca
experimento a solidão vazia
de não estar comigo mesmo
estar só e perdido
no que chamo de "eu"
e que não mesmo sei quem é.
não consigo mais
escrever e tecer
caminhos alternativos a essa realidade
repugnantemente cinza

se estendesse a mão aos céus, teria então resposta?
alívio?
se me enterrasse no chão, teria então paz?
conforto?

no entremeio, permaneço
flutuo vagando pairando
pelo que dizem, pelo que é
pelo que acho, pelo que penso

não tem chegada ou partida
a vida é só e apenas