é de mulambê
é de mulambá
sua saia de retalhos
teus cacos largados pelas encruzas
teu ponto riscado
o canivete manchado de vinho seco
as jóias não-preciosas de tanto valor
os homens que amou desamando
os caminhos que trilhou
tem história pra contar.
terça-feira, 8 de setembro de 2015
domingo, 5 de julho de 2015
são tantas as tristezas e mágoas acumuladas
tantas as rachaduras nessa alma velha e ressecada
são histórias que não quero contar
momentos que não ouso lembrar
o mundo parece querer me expulsar
como um corpo estranho nesse organismo vivo e pulsante
sem espaço para sentimentos tão frágeis quanto meus olhos
que facilmente derrubam lágrimas
que facilmente derrubam lágrimas
terça-feira, 16 de junho de 2015
possível utopia
que não hajam olhares pesados
ombros caídos
cabelos tristes
que não hajam gritos estéricos
palavras de desamor
águas sujas
que os corações estejam sempre vivos
as flores sempre belas
os lábios sempre úmidos
que a cabeça mantenha-se erguida
com orgulho de ser
e ligada ao que é maior que todos nós
amor.
terça-feira, 2 de junho de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
queria ter um abajur
sempre quis
um abajur a beira da cama de luz branca
sempre imaginei como seria
sempre imaginei que ao me deitar para dormir teria alguns minutos de contemplação sob luz daquele abajur
contemplação sem interrupções
sem a caminhada preguiçosa para apagar a luz do quarto e retornar ao lençol com a ideia de que o dia acabou
com o abajur, o abajur que sempre quis seria possível estender esse período do dia lendo um bom livro fitando o teto rebobinando o dia na cabeça
porém a verdade é que eu percebi que talvez nunca tenha um abajur
pois no escuro do findar do dia tenho algum momento de consciência cega de olhar para o negro não olhar ou realmente olhar o abajur aumentaria a ânsia por ver por iluminar
e eu sei que a escuridão também me alimenta talvez até mais que a luz do sol
e com certeza mais que a luz fraca do abajur que talvez jamais terei
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