sexta-feira, 10 de março de 2017

os bigodes ainda perturbam as delicadas peles
que brandamente acolhem as agulhadas amorosas
que repuxam o resto do couro e trincam os ossos em agonia

belamente a paixão se fez
como o amor se foi

o sol que cintila preguiçoso sobre meu ninho
é o sinal, de que vida ainda há
da chance de voar
no meio de caminho

domingo, 26 de fevereiro de 2017

quando a esperança deixa de brilhar
e o sol não queima mais a pele
o cheiro da flor amarela já não alegra o peito
quando o vento para de soprar
e o mundo parece sem cor
só resta sonhar.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

a clareza dos pensamentos se foram como o medo de morrer
os joelhos que antes se dobravam no chão, agora caminham buscando novos horizontes
o coração que antes batia fraco, agora mal aguentam a bagunça de pulsação
não tem mais por onde fazer ou tecer, só resta viver
vida dada e descompromissada
meu único objetivo é ser
vou debochar da realidade e contemplar o vazio existencial
bordarei a história como um grande evento
sem porta de entrada ou cartada final
entre vários sou um
e um é o que preciso.

domingo, 29 de janeiro de 2017

tripudiei sobre as rosas que me cercavam
as pétalas caíram saudosas e queimaram
o ardor das pequenas labaredas que se expandiam pelo ar deixaram em meu corpo o arrepio de partida
formigante e dolorosa
a nuvem que molhava minha nuca se tornou gelo
e os cristais gelados cortaram a consciência seca que me matou.

sábado, 5 de novembro de 2016



que os corações se aqueçam
em amor ou ódio
que a alma seja aura cristalina
dos entorpecentes sentimentos
que se vela em silêncio
enquanto cavam fundo
rumo ao fim de ti