sábado, 14 de outubro de 2017
















todos esses quadros podem se amarelar
mas pictórica vermelhidão desse momento
ainda será sua
em minha digital consciência
eu sou cyberfreak

você é tróia

contaminado pela curiosidade
outra vez no podre lado da beleza
seja em pixel
seja em gozo
o querer está nos dedos


quarta-feira, 4 de outubro de 2017



Que a arte fale,

e que o coração se exploda.

A febre já passou.


Quem veio, se fartou,

e o Outro já morreu.

Tem pra todo mundo.


Se te conto e encontro

foi pra me fazer feliz

Não tem beijo que pague

o prazer de ser meu


Me lambe da cabeça aos pés

me engula fio a fio

alergicamente cuspa

e diga que não sabia


eu sempre soube.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

a labareda que antes flamejava pela virilha e subia ao pescoço, se apagou
a comida podre que deixei na geladeira, não fede mais
meus passos não são mais largos
e meu cabelo já se secou
eu não olho para o chão
mas também não encaro suas deixas
se tu tens flores, deixe em minha lápide
pra você, eu já morri

sexta-feira, 10 de março de 2017

os bigodes ainda perturbam as delicadas peles
que brandamente acolhem as agulhadas amorosas
que repuxam o resto do couro e trincam os ossos em agonia

belamente a paixão se fez
como o amor se foi

o sol que cintila preguiçoso sobre meu ninho
é o sinal, de que vida ainda há
da chance de voar
no meio de caminho

domingo, 26 de fevereiro de 2017

quando a esperança deixa de brilhar
e o sol não queima mais a pele
o cheiro da flor amarela já não alegra o peito
quando o vento para de soprar
e o mundo parece sem cor
só resta sonhar.