Não confie nas águas
Nos mares emocionais habitam monstros egoístas
Assim como pérolas de afeto
Nós sereias, sabemos do perigo que vem da terra seca
Mas nos esquecemos das estruturas rochosas
E quando o mergulho é intenso
A magia se desatina
Não confie nas águas
Porque elas acolhem gentilmente o medo da verdade
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
terça-feira, 7 de novembro de 2017
meu peito é ouro e meus olhos nunca se fecharão
ainda que eu encontre nos pés a esperança de sorriso imprudente
minha face reage aos espetos que atravessam a garganta.
quanto se pode chorar sem escassear as forças de si?
as lágrimas purulentas que colorem minha visão, em meio aos cílios sedosos
parecem alívios férteis da emoção
mas secam-se junto a pele como seiva pagã
tornam-se marcas duras da existência marginal.
preso no imaginário da vida que se merece ter
eu só encontro fé naquilo que já morreu
e só rego o que secou.
essa minha atração pelo que já se foi,
ainda há de me matar.
Nocturna.
sábado, 14 de outubro de 2017
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Que a arte fale,
e que o coração se exploda.
A febre já passou.
Quem veio, se fartou,
e o Outro já morreu.
Tem pra todo mundo.
Se te conto e encontro
foi pra me fazer feliz
Não tem beijo que pague
o prazer de ser meu
Me lambe da cabeça aos pés
me engula fio a fio
alergicamente cuspa
e diga que não sabia
eu sempre soube.
terça-feira, 3 de outubro de 2017
a labareda que antes flamejava pela virilha e subia ao pescoço, se apagou
a comida podre que deixei na geladeira, não fede mais
meus passos não são mais largos
e meu cabelo já se secou
eu não olho para o chão
mas também não encaro suas deixas
se tu tens flores, deixe em minha lápide
pra você, eu já morri
a comida podre que deixei na geladeira, não fede mais
meus passos não são mais largos
e meu cabelo já se secou
eu não olho para o chão
mas também não encaro suas deixas
se tu tens flores, deixe em minha lápide
pra você, eu já morri
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