quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

quantas solidões já vivi
e hoje mais que nunca
experimento a solidão vazia
de não estar comigo mesmo
estar só e perdido
no que chamo de "eu"
e que não mesmo sei quem é.
não consigo mais
escrever e tecer
caminhos alternativos a essa realidade
repugnantemente cinza

se estendesse a mão aos céus, teria então resposta?
alívio?
se me enterrasse no chão, teria então paz?
conforto?

no entremeio, permaneço
flutuo vagando pairando
pelo que dizem, pelo que é
pelo que acho, pelo que penso

não tem chegada ou partida
a vida é só e apenas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

São sempre devaneios que ocupam a mente da tormenta do desconhecido 

Todo passar de tempo é passageiro porque destino um há
Todo futuro é ilusório, porque tudo há de acabar
Ou começar
Porque se espera
E conta
É para chegar

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

declaro de peito aberto e grito estridente
NÃO ME IMPORTO MAIS
desçam os anjos
que os demônios se libertem e busquem os seus
que o veredito seja dado
aqui e agora

não há mais prova
não há mais chance
a humanidade é o fim do humano
a vida já não mais vive

esqueçam a nutrição e a filosofia
que o povo padeça em sua própria cova

é sempre uma dualidade de distintas e extremas pontuações
.sou tudo
sou nada.
agarro-me em mim
me solto do mundo
encaro o todo
esqueço do único

se há propósito
parece não ser proposital
o silêncio poético é prova de que a praga aqui se instaurou
contaminado pela crua visão de vida
sobraram palavras secas
e os pensamentos dão de encontro aos becos
sem saída