Retomar a palavra

 Retomar a poesia

Buscar harmonia

E quem diria

Que seria por frio

Com rio

Na barriga

Tive notícia das borboletas

Elas abanaram tanto vento na barriga 

Me encantei como me assustei

Coisa assim não sentia a tempos

Talvez por isso não foi demora 

Pra que mudar e logo,

Logo, bem logo, 

considerei

Pensei

Se é pra ser assim, porque

Amar não é fácil pra mim

Paixão também não é bobeira

É uma delicia e mágico

Mas não consigo deixar de lembrar

Que se eu mamar, que seja

as "pessoas certas"

Ou ao menos alguém 

Que já não tenha anunciado:

- não vai rolar

ministério popular trans (ou profecia de travesti)

 Transmute o presente
lobotomize o passado
entorpeça o futuro

Não será como tem sido
como foi, não será mais
que acabe a paz

seja como for, nada será como antes
já foi declarado o traviarcado preto

e se ainda não entendeu
é tudo nosso e nós por nós
nosso ministério se ergue
pouco a pouco com as forças ancestrais
de nossa história viva

_

Destruiremos tudo ao construir

Ao construir uma realidade
onde as palavras não traem o significado
seremos assim significantes de todo signo

como cobra que come o próprio rabo
e  vomita ao se sacear,
criaremos um ciclo não vicioso

com nossa magia em sintonia
todo binarismo há de se fragmentar
dando lugar ao plural

Ancestrais do futuro
presentes no presente
entende?

restituição sem negociação
e a rima, a gente determina

nós acima
e por toda parte

queimaremos ditaduras
arrancaremos ataduras
e devolveremos criaturas
ao céu e inferno que (vocês sabem quem) inventaram

a nós (nós sabemos quem)
está profetizzado
o caos da beleza
e a glória da vingança
a abundância

tenho que confessar

me acorda

É FEITIÇO, PROFECIA

quando ler essa mensagem que venham lágrimas

que você lembre de quem você é quando feliz

de quem vale ser

onde vale fazer

escolher onde doer

confesso que nunca passou a coceira
da curiosidade, as vezes vontade, de morrer 

abidiquei da possibilidade de morrer por minhas vontades
logo, é também esperar

pra mim me basta, só já não ter que comer, cagar ou dormir

me deixa fazer poesia

 mais uma vez em na poesia em desarmonia

debulho palavra sensíveis e delicadas

brilhantes como fio de faca

já não é por quê, com quem

se sim, ou se não

gosto de interrogações 

e ações

______

para tudo

_____

para agora

pensa

respira

não usa a boca pra colocar nada dentro ou fora

por 1 minuto

feche os olhos se quiser

agora: 00:51

00:52 voltei

tem tanta coisa doída aqui dentro

medo de gritar socorro e ninguém fazer nada

SER HONESTA COM QUEM SE É

não é preciso palavras que fazem pensamentos

as palavras estão contigo

a decisão

o caminho

e o que eu quero?

o que preciso? o que me faria feliz?

o que eu faria/compraria/agiria em direção à calmaria libertária?

VINTE E SETE ANOS

e eu ainda não sei o que preciso fazer

ou porque algumas pessoas são tão imundas

conexistentes num tempo-espaço de gente-boa também

tipo eu também,

des.rumada assim, eu escrevi eu de novo

e é isso maldição?

é muito eu, é muito eu.

modestia: já fiz muitas coisas importantes

tenho boas ideias

como também, una coletanea de histórias embaraçosas

>>>>> eu sinto que

"tô me matando todo dia e vocês nem podem fazer nada"

1 cigarro

atrás

do outro

fica trancada

ou a chave vira

devo fazer o minimo

pra estar viva

eu morri, gente

não sei que data exata

e não vou saber explicar

mas ainda nessa vida na terra

eu morri, e a carne ficou

a alma também, ela ainda tenta cuidar da carne

cuidar da carne

temperar

ficar gostosa

Sobre tabagismo ou se surpreender com as antigas verdades

 Eu queimo minha língua

Sempre que sou eu que falo

Queimo a língua

E é bom

Queimo a língua

Refaço a façanha

Desenrolo as entranhas

Observo a fumaça planar

E queimo a língua

Ao olhar antes de sentir

Ao falar sem saber

Ao escrever, enquanto ainda queimo a língua 

 esqueço parametro comparação distinção ou relativação

sou e ajo podremente. faço dos caminhos que me vem lugar de solidão; sozinha sou minha carrasça. 

machuco, empurro, msstigo, enfio, puxo

em segundos, minutos

insatisfeita

tudo velhamente de novo

acho que aqui

to escrevendo para mim

de um outro tempo

para a percepção de que momento

que tormento.

y tu segue a batalhar.

de onde vem a te forçar?