sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Não confie nas águas
Nos mares emocionais habitam monstros egoístas
Assim como pérolas de afeto
Nós sereias, sabemos do perigo que vem da terra seca
Mas nos esquecemos das estruturas rochosas
E quando o mergulho é intenso
A magia se desatina
Não confie nas águas
Porque elas acolhem gentilmente o medo da verdade

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

o meu corpo que fala
é meu corpo que escuta
que toca e por vezes se perde


terça-feira, 7 de novembro de 2017


meu peito é ouro e meus olhos nunca se fecharão
ainda que eu encontre nos pés a esperança de sorriso imprudente
minha face reage aos espetos que atravessam a garganta.

quanto se pode chorar sem escassear as forças de si?
as lágrimas purulentas que colorem minha visão, em meio aos cílios sedosos
parecem alívios férteis da emoção
mas secam-se junto a pele como seiva pagã
tornam-se marcas duras da existência marginal.

preso no imaginário da vida que se merece ter
eu só encontro fé naquilo que já morreu
e só rego o que secou.

essa minha atração pelo que já se foi,
ainda há de me matar.

Nocturna.