sexta-feira, 25 de abril de 2014

DIAS SEM CORES

tirou-me a poesia
tirou-me as cores
tirou-me o amor primo
tirou-me o sol
como uma massa corpulenta
de áurea negra
e energia podre
de águas sujas e rios rasos
pairou sobre meus jardins
me intoxicou com teu vazio
me envolveu por tua falta de vida
me fez hospedeiro de tua alma
que ainda vaga pelo mundo
sem motivo certo
me fez cinza
me fez dor
me fez fraco
e quando eu já esgotado
débil e desatinado
quando minha imperfeição não lhe alimentara
partiu sem rumo
sem olhar para trás
como quem tem certeza que o corpo está morto
e eu assisti seu caminho sendo feito do chão
mas com uma esperança ainda não descoberta em mim
dada pela terra
pelo céu
que me manteve vivo
e me trouxe um novo amanhecer.


sexta-feira, 18 de abril de 2014

e ele nunca pensara que amar pudesse ser tão árduo
acostumado com a morte
pecados de guerra
traições
poder
não percebeu que a pior de suas derrotas seria se entregar a alguém
um novo golpe
um novo corte nas costelas
mais uma vez ao chão
e o grito abafado que é familiar aos seus próprios ouvidos
enganado por uma miragem
uma visão de uma vida diferente
perdido de novo no deserto de cinzas
nascido para lutar
recomeça sua caminhada
com cicatrizes não só no seu corpo
mas em sua alma.