Não confie nas águas Nos mares emocionais habitam monstros egoístas Assim como pérolas de afeto Nós sereias, sabemos do perigo que vem da terra seca Mas nos esquecemos das estruturas rochosas
E quando o mergulho é intenso A magia se desatina Não confie nas águas Porque elas acolhem gentilmente o medo da verdade
1. a labareda que antes flamejava pela virilha e subia ao pescoço, se apagou
a comida podre que deixei na geladeira, não fede mais
meus passos não são mais largos e meu cabelo já se secou eu não olho para o chão mas também não encaro suas deixas se tu tens flores, deixe em minha lápide pra você, eu já morri
2. Que a arte fale,
e que o coração se exploda.
A febre já passou.
Quem veio, se fartou,
e o Outro já morreu.
Tem pra todo mundo.
Se te conto e encontro
foi pra me fazer feliz
Não tem beijo que pague
o prazer de ser meu
Me lambe da cabeça aos pés
me engula fio a fio
alergicamente cuspa
e diga que não sabia
engolido pelo devaneio dos sonhos o acordar é como morrer
10 de julho de 2018
Cansado do branco Foi atrás da preta, Que só lhe servia, Quando queria cor. Magricela, sem noção Fala o que quer e esconde quando vem a ação Se tu quer por pele me dou por cima Se tu tá ocupado Eu não to nem aí
@ M B E R negre
1 de março de 2018
Contexto Neuroatípico
Sabores pastosos de um arroto ácido Zumbido sem cor no meio do escuro Ventos estralados pelos quatro cantos Contaminação encubada do romântico pesar Pensamentos insalubres Dentição que abocanha o ar Estilhaços fincados Pele esticada Carne borbulhante