Vejo cores emotivas em cada quadrado redondo espinhado
Carismáticas e sorridentes
As cores pairam
E me embalo
Mas aí me cego
Enceguesso para o para além
Dos olhos boquiabertos
E invariáveis
Cuidadosamente
Recolho, lavo, hidrato
As cordas vermelhas que irrigam meu olhar
Colo, amarro, costura
A retina não retida
Que fluí
Entre o que há ou é
E novamente consigo enxergar
Todas cores em mim
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
"a doutora está mais louca que os pacientes"
somos loucas então?
essa pergunta que zombeta minhas ideias, pode ser respondida por essa moça?
será que é o que as outras pensam?
"a doutora está errando tudo"
ser louco é errar?
ou loucos erram?
achava que todos erravam
será nós os errantes?
será que errei
ao nascer em um ninho
que não me cabe
ta tudo errado
(mas ta tudo certo)
somos loucas então?
essa pergunta que zombeta minhas ideias, pode ser respondida por essa moça?
será que é o que as outras pensam?
"a doutora está errando tudo"
ser louco é errar?
ou loucos erram?
achava que todos erravam
será nós os errantes?
será que errei
ao nascer em um ninho
que não me cabe
ta tudo errado
(mas ta tudo certo)
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
se um nó me fisga trato logo de desembaraçar
e quando sou a primeira a perceber o desvio
dou o grito para acharmos o rumo
bate logo o desespero
será caótica essa visão?
com quais propriedades nas ambiguidades posso falar?
não quero estar a frente ou ser quem corta o cordão
não admito carregar o peso concreto dessas estruturas
meus tortos ossos mal sustentam minh'alma
essa carcaça cansada precisa de sossego
por um dia, um minuto, um instante que seja
e quando sou a primeira a perceber o desvio
dou o grito para acharmos o rumo
bate logo o desespero
será caótica essa visão?
com quais propriedades nas ambiguidades posso falar?
não quero estar a frente ou ser quem corta o cordão
não admito carregar o peso concreto dessas estruturas
meus tortos ossos mal sustentam minh'alma
essa carcaça cansada precisa de sossego
por um dia, um minuto, um instante que seja
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
tem sempre um choro engastanhado aqui
na ponta da língua
no topo da garganta
é só firmar o olhar
que ele vem
por vezes passeio por memórias
e vem aquele caldo salgado
banhando os olhos
com o choro contido de outrora
me inundo
é ligeiro e passageiro
porque parece que ainda não sei chorar
ainda que sempre esteja aqui
essa correnteza
barrada, velada, guardada
talvez se fosse chorar tudo que não chorei
se fosse chorar por tudo que me fere
jamais pararia
sem cessar o desaguar
transbordaria a reviria
enquanto ria,
enquanto ia, enquanto vinha
choraria
desabaria
dilúvio
todo o mundo ia se encharcar
com o pus translúcido que nutre minh'alma
na ponta da língua
no topo da garganta
é só firmar o olhar
que ele vem
por vezes passeio por memórias
e vem aquele caldo salgado
banhando os olhos
com o choro contido de outrora
me inundo
é ligeiro e passageiro
porque parece que ainda não sei chorar
ainda que sempre esteja aqui
essa correnteza
barrada, velada, guardada
talvez se fosse chorar tudo que não chorei
se fosse chorar por tudo que me fere
jamais pararia
sem cessar o desaguar
transbordaria a reviria
enquanto ria,
enquanto ia, enquanto vinha
choraria
desabaria
dilúvio
todo o mundo ia se encharcar
com o pus translúcido que nutre minh'alma
terça-feira, 15 de outubro de 2019
Quem nunca experimentou o beijo doce e molhado da insanidade não pode brindar pela saúde e prosperidade desse mundo. Entenda esses traços coloridos que delimitam nossos corpos e se tornará parte do grande jogo de azar que não há como perder e a propósito, também não há como ganhar. Junte suas merdas, marque o tempo, finja bem e tudo estará a salvo, exceto quando estiver são, não há quantidades seguras para a utilização desse estado.
domingo, 6 de outubro de 2019
Ajagurá
garota malanda profana
ela vai chegar
Ela vai, ela vai te afogar
Dendê, fazê o quê
é assim que é, quando ela quer
bebê, é o seu dever, olhar para ela
você você você e ela, você e ela, você é ela
e olha só o brilho doce, que brilho doce
que vem com ela
que guerra mais gostosa de se guerrear
Insanamente amar
agora e já, agora e lá
Ajagurá
amor é sua nova estrada
amor é a sua batalha
amor é seu carma
garota malanda profana
ela vai chegar
Ela vai, ela vai te afogar
Dendê, fazê o quê
é assim que é, quando ela quer
bebê, é o seu dever, olhar para ela
você você você e ela, você e ela, você é ela
e olha só o brilho doce, que brilho doce
que vem com ela
que guerra mais gostosa de se guerrear
Insanamente amar
agora e já, agora e lá
Ajagurá
amor é sua nova estrada
amor é a sua batalha
amor é seu carma
Eu, eu pude sentir, tudo que me deu de graça
Eu, eu recebi, sem ver o quê e fiquei uma desgraça
Não, não, não me culpe agora
Vai, vai, vai chegar a sua hora
vou te dar mais motivos pra odiar
Pode, pode ser que não dê em nada
Mas eu, eu vou fazer tu pagar
eu vou, eu vou, eu vou me vingar
trago uma rosa espinhada
Te arranco os dentes, na paulada
dou minha gargalhada
Nem eu, nem você
vale nada
Cê vai sentir, como eu senti
navalhada
cê vai sofrer, como eu sofri
navalhada
E eu, já assumi, já descobri, já aceitei
sou uma desgraçada
Te ver sofrer para mim é uma piada
Eu, eu recebi, sem ver o quê e fiquei uma desgraça
Não, não, não me culpe agora
Vai, vai, vai chegar a sua hora
vou te dar mais motivos pra odiar
Pode, pode ser que não dê em nada
Mas eu, eu vou fazer tu pagar
eu vou, eu vou, eu vou me vingar
trago uma rosa espinhada
Te arranco os dentes, na paulada
dou minha gargalhada
Nem eu, nem você
vale nada
Cê vai sentir, como eu senti
navalhada
cê vai sofrer, como eu sofri
navalhada
E eu, já assumi, já descobri, já aceitei
sou uma desgraçada
Te ver sofrer para mim é uma piada
terça-feira, 1 de outubro de 2019
domingo, 22 de setembro de 2019
sábado, 21 de setembro de 2019
quinta-feira, 1 de agosto de 2019
quarta-feira, 3 de julho de 2019
Fênix negra de chamas gotejantes
Pele ardida, língua sedenta
Mastigue navalhas e engula soro
Costure os pêlos e cante ao mundo
Banhe no utópico sonho
Pele ardida, língua sedenta
Mastigue navalhas e engula soro
Costure os pêlos e cante ao mundo
Banhe no utópico sonho
A coluna espinhosa abraça a bolha vital de seu corpo agridoce.
Vá e veja
Observe a pele que rasga, enquanto agulhas fiéis injetam picos solitários
Observe a pele que rasga, enquanto agulhas fiéis injetam picos solitários
Invente o equilíbrio
Não mais antídotos visuais
Marcas permanentes.
Não mais antídotos visuais
Marcas permanentes.
Âmbar Moura
3 de novembro de 2017 ·
Não confie nas águas
Nos mares emocionais habitam monstros egoístas
Assim como pérolas de afeto
Nós sereias, sabemos do perigo que vem da terra seca
Mas nos esquecemos das estruturas rochosas
E quando o mergulho é intenso
A magia se desatina
Não confie nas águas
Porque elas acolhem gentilmente o medo da verdade
3 de novembro de 2017 ·
Não confie nas águas
Nos mares emocionais habitam monstros egoístas
Assim como pérolas de afeto
Nós sereias, sabemos do perigo que vem da terra seca
Mas nos esquecemos das estruturas rochosas
Nos mares emocionais habitam monstros egoístas
Assim como pérolas de afeto
Nós sereias, sabemos do perigo que vem da terra seca
Mas nos esquecemos das estruturas rochosas
E quando o mergulho é intenso
A magia se desatina
Não confie nas águas
Porque elas acolhem gentilmente o medo da verdade
A magia se desatina
Não confie nas águas
Porque elas acolhem gentilmente o medo da verdade
poesias irmãs
1. a labareda que antes flamejava pela virilha e subia ao pescoço, se apagou
a comida podre que deixei na geladeira, não fede mais
meus passos não são mais largos
e meu cabelo já se secou
eu não olho para o chão
mas também não encaro suas deixas
se tu tens flores, deixe em minha lápide
pra você, eu já morri
a comida podre que deixei na geladeira, não fede mais
meus passos não são mais largos
e meu cabelo já se secou
eu não olho para o chão
mas também não encaro suas deixas
se tu tens flores, deixe em minha lápide
pra você, eu já morri
2. Que a arte fale,
e que o coração se exploda.
A febre já passou.
e que o coração se exploda.
A febre já passou.
Quem veio, se fartou,
e o Outro já morreu.
Tem pra todo mundo.
e o Outro já morreu.
Tem pra todo mundo.
Se te conto e encontro
foi pra me fazer feliz
Não tem beijo que pague
o prazer de ser meu
foi pra me fazer feliz
Não tem beijo que pague
o prazer de ser meu
Me lambe da cabeça aos pés
me engula fio a fio
alergicamente cuspa
e diga que não sabia
me engula fio a fio
alergicamente cuspa
e diga que não sabia
eu sempre soube.
1 de março de 2018
Contexto Neuroatípico
Sabores pastosos de um arroto ácido
Zumbido sem cor no meio do escuro
Ventos estralados pelos quatro cantos
Contaminação encubada do romântico pesar
Pensamentos insalubres
Dentição que abocanha o ar
Estilhaços fincados
Pele esticada
Carne borbulhante
Zumbido sem cor no meio do escuro
Ventos estralados pelos quatro cantos
Contaminação encubada do romântico pesar
Pensamentos insalubres
Dentição que abocanha o ar
Estilhaços fincados
Pele esticada
Carne borbulhante
Morta ou vivo?
São ou não?
Sã ou amanhã?
São ou não?
Sã ou amanhã?
sábado, 29 de junho de 2019
sábado, 15 de junho de 2019
todos dias que se passam, encaro as facas, as pilulas e quero me entregar a inanição
todos esses dias preencho com o desejo por inexistir, encolher-me até o menor de mim até desaparecer.
nesses dias não tem cura ou remedeio, encaro a morte de peito posto e cabeça baixa, sem temê-la, mas sem me entregar.
todos esses dias preencho com o desejo por inexistir, encolher-me até o menor de mim até desaparecer.
nesses dias não tem cura ou remedeio, encaro a morte de peito posto e cabeça baixa, sem temê-la, mas sem me entregar.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
domingo, 10 de março de 2019
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019
não consigo mais
escrever e tecer
caminhos alternativos a essa realidade
repugnantemente cinza
se estendesse a mão aos céus, teria então resposta?
alívio?
se me enterrasse no chão, teria então paz?
conforto?
no entremeio, permaneço
flutuo vagando pairando
pelo que dizem, pelo que é
pelo que acho, pelo que penso
não tem chegada ou partida
a vida é só e apenas
quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
declaro de peito aberto e grito estridente
NÃO ME IMPORTO MAIS
desçam os anjos
que os demônios se libertem e busquem os seus
que o veredito seja dado
aqui e agora
não há mais prova
não há mais chance
a humanidade é o fim do humano
a vida já não mais vive
esqueçam a nutrição e a filosofia
que o povo padeça em sua própria cova
NÃO ME IMPORTO MAIS
desçam os anjos
que os demônios se libertem e busquem os seus
que o veredito seja dado
aqui e agora
não há mais prova
não há mais chance
a humanidade é o fim do humano
a vida já não mais vive
esqueçam a nutrição e a filosofia
que o povo padeça em sua própria cova
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