ao coração aflito
carrego no corpo o branco
arrepio
e me encho de lágrimas
quando me preencho dentro do barracão
tal emoção se faz estranha ao meu corpo
que a muito não se energizava dessa forma
meu peito bate forte
o toque batuca minha cabeça
e me admiro ao perceber que aquilo
era o que os orixás me deram
me deram fé
coisa que nunca tive
e sempre almejei incessantemente
é com essa fé que tento ser o melhor
para eles, por eles
por mim
meu corpo é orixá
meu amor é orixá
Que eu consiga encher o mundo de brilho e paz com a força do axé!
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Divergente
entre uma baforada e outra
me vejo confortável
num lugar proibido
e é nesse momento que sou audacioso
baixo a guarda
esqueço que qualquer entrada abrupta sala adentro
representaria um flagra
logo, com o devido julgamento
estaria eu condenado
dentro do meu consciente racional
duvido disso
palavras ainda são suficientes para criar um álibi
assim, continuo no plano sem planos
com um incomodo dentro de mim
por não ser franco comigo
mas sei que é necessário
para que mantenha o momento
eu sou o invasor
me abnego em prol da paz do local
relaxo os músculos
deixo de lado o turbilhão de eu
ofereço o colo
apago as luzes
sou amigo.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
10 de outubro de 2014
Hoje uma bolha de sabão flutuou perto de mim
Não a estourei
Nem se quer dei a devida atenção à aquela bolha
Transparente
Mas que reluz todas as cores
naquele momento
naquele momento
Esqueci de ser criança
Esqueci o que é não sentir medo
De tropeçar
Cair
Se estabacar
Esqueci de me lambuzar com aquela manga
Esqueci da inocência dos banhos de mangueira
Dos embaraçosos momentos em que estar no meio de certos assuntos de adultos, era errado
Esqueci de não me preocupar e de me ocupar
Até mesmo com prendedores de roupa e tampinhas de garrafa
Esqueci de sorrir enquanto corro
Ou simplesmente sorrir
Acho que esqueci até de correr
Apenas correr
Esqueci do meu pequeno eu
Gorducho e entrometido
Que falava demais
destribuia beijos nas bochechas de vovó, mamãe ou quem mais estivesse por perto
Tinha esquecido até de me lembrar como é bom ser criança.
11 de outubro de 2014
Não brinque com fogo
Dizia ela
Vai fazer xixi na cama a noite
E aquela ameaça a vergonha do garoto
Era suficiente para faze-lo afastar daquela fogueira a beira do rio
que esquentava aqueles corpos retraídos
Avulsos no meio de tanto mato
O garoto afastou-se
Mas sua curiosidade pelo fogo nao cessara
Pegava bingas da cozinha e corria para o quintal
Sua fantasia era ser um alquimista do fogo
Estudava o queimar de diferentes folhas e insetos
Arriscava ate cozinhar
Comidas que apenas seus guerreiros de plastico comeriam
Mas mãe sempre diz
Quando cresceres vai saber que eu estava certa
E ele soube bem disso
Agora cozinha
Mas apavora-se com a ideia de uma chama acessa esquecida
Teme que o forno o engula com tuas chamas imprevisíveis
Preocupa-se ate com um isqueiro no sol
Agora quando queima coisas, logo afaga as chamas com água fria, trazendo a calma novamente
O calor do corpo o deixa desconcertado
Do seu corpo ou de outros
Perde se em si mesmo quando a pele queima de vergonha
De forma tão absurda
Que se sente garoto novamente
O calor das presenças
Das energias
Do álcool
Dos abraços
O deixam realmente assustado
Ele aprendera a lição
Aprendeu a não brincar com fogo
Para não se mijar e seguir, sem embaraços e feridas.
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