domingo, 21 de janeiro de 2018

a disforia corpórea que me toma martela cada protuberância de osso
endurece os músculos em pranto calado
comprime os pretos pulmões
revive a dissonância assimétrica do meu amor


como eu, as veias se amedrontam e diminuem o curso
a consciência grita com as células dançantes
e a pele responde em arrepio

dismórfico e trancendente
de todas as mazelas, encontrei cura
exceto pela não existência da humana carne
exceto pelo escárnio do prazer
a negligência do sentir

tão animalesco quanto a morte
não há respostas, não há poder
o caminho segue solitário pelo vale da maldição


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